De um tirou o menino e escondeu debaixo do travesseiro. O
outro colocou de cabeça para baixo. E aquele pequenininho de porcelana que fica
do lado da cama, colocou dentro de um copo d’água até a graça alcançar. Era dia
de Santo Antonio e tinha muita mandinga pra ser feita.
Acendeu vela na igreja e rezou no pé do santo. De uma
ladeira bem alta rolou um coco pra esquecer do antigo amor. Pôs nome no mel,
calcinha vermelha e vela amarrada de fita. Penou pra encontrar uma bananeira
que pudesse com uma faca cravada no tronco dar com a seiva a inicial do próximo
amor. Champagne na beira do mar, perfume pra Iemanjá. Me ajuda ó doce yaba! Fez
tudo, tudo o que sabia e o que não sabia. Acendeu vela vermelha e cigarro na
meia noite que tudo transforma. Chegou em casa cansada de tanto esforço, de
tanta vontade. Caiu na cama leve e encontrou no meio dos lençóis o que procurou
durante o dia todo. Ela mesma.
(postado tb em facebook.com/MulheresCronicas)
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