Desculpe, mas sinceramente acho
deprimente o modo como a sociedade, inclusive uma grande massa “instruída”
consome tragédias hoje em dia. Replicam e divulgam imagens de Amarildos, de
Claudias e de tantos outros, transformando-os em heróis pos-mortem. Sinceramente,
não são heróis porque morreram de forma humilhante, de forma absurda. Me parece
tão cruel fazer isso. Longe de menosprezar a tristeza que suas mortes
representam, mas me questiono sobre a maneira como vêm transformando seus
rostos em símbolos, estilizados e enfeitados. Milhares de pessoas vivem no
Brasil de uma maneira tão cruel que faz a morte parecer um caminho suave. Centenas
de moradores de rua, de flagelados da seca, de moradores de lixões, e tantos
outros vivem em seu dia-a-dia uma realidade que a grande maioria de nós não tem
nem sequer a capacidade de imaginar, e muito menos o estômago para enfrentá-las.
Os símbolos são necessários para que possamos questionar e afirmarmos o que
somos e onde estamos, mas devemos tomar cuidado para que esse processo não seja
apenas um chazinho quente para nossa culpa burguesa. Algo que nos faça sentir
justiceiros, conscientes e caridosos. Acredito muito mais nos heróis do
cotidiano, aqueles que estão conosco em todos os momentos das nossas vidas e
que esses sim podem receber de nós as homenagens pela bravura, coragem, força e
determinação que são obrigados a ter para seguirem vivendo. Esse povo que luta
todo dia está do nosso lado. Como diria Nelson Cavaquinho: “Se alguém quiser
fazer por mim, que faça agora.” E aos que se foram de maneira injusta, cruel e absurda
deixo minha indignação e minhas preces.
segunda-feira, 24 de março de 2014
segunda-feira, 17 de março de 2014
Soltas ao vento
Sou um pouco mulher porque tudo que em mim habita se fez ou
se faz de carícias, de sonhos emaranhados em longos cabelos, de um jeito suave
de olhar. Sou um pouco mulher porque assim posso chorar sem ter motivo. Posso
ser fonte, posso ser lago, posso ser oceano. Sou assim e disso sou feito. De um
beijo-brisa, de um corpo-vulcão, da angústia de uma flor em botão. De vento sem
rumo, de sol e sorriso, de lua fazendo maré por dentro.
Sou um pouco mulher porque esse é o jeito que tenho de ser
mais eterno, mais dividio, mais real. É o jeito que tenho de ser mais AMOR.
___
Na falta da tua voz, me entrego ao barulhinho das ondas do mar.
___
Uns diziam que ele estava errado. Mas quem nunca construiu seu castelo de areia na beira do mar? E depois de ver a maré subir, abandonou seus olhos à linha do horizonte?
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